Algumas histórias ficam perdidas, pois não há registros dos acontecimentos. Elas existem apenas nas cabeças dos que ainda lembram. E esta, embora possamos achar alguns registros dos desdobramentos, mora em minha lembranças.
Vamos lá!
Antigamente, quando eu ainda era um adolescente, havia uma guarderia de windsurf no canto da praia de Camboinhas, logo do lado do canal que liga a lagoa com o mar. Eu, que fui aluno lá, passei uns dos melhores momentos da minha vida velejando. Sei a importância de uma guarderia para o esporte: é humanamente impossível montar o mastro na vela todo dia. Com os serviços oferecidos, podíamos guardar a vela lá com o mastro montado, para que na hora de velejar fosse só montar na prancha.
Mas nem tudo são flores, porque os olhos cobiçosos das empreiteiras invejavam a localização privilegiada da guarderia, e queriam expulsar o pessoal de lá.
Eis que tiveram uma ideia!
Havia um projeto de preservação de um cemitério indígena nas redondezas. Por que não então trazer uns índios para morarem ali?! Isto geraria um enorme capital social, e as empreiteiras não teriam como se impôr naquele terreno.
Tipo e feito, foi providenciado a transferência dos índios para o local. Índios estes que nem eram da tribo cujo cemitério indígena guardava. Mas quem se importa?!
Só que as empreiteiras não deram trégua.
Era coisa de aparecer carros pretos filmados, sem placa, cheios de gente armada… para intimidar.
O pessoal da guarderia finalmente arregou, e foi procurar seus ventos em outros lugares.
Mas os índios foram uns empata-foda para o pessoa das empreiteiras, e ficaram lá! Pelo menos até junho de 2013
P.S.: hoje em dia tem outro esquema funcionando no local, mas não é o mesmo da história