Mudança de cenário

Venho aqui falar da importância da mudança de cenário na saúde mental, seja na manutenção da mesma, ou no gerenciamento de alguma crise.

Na cidade onde moro, Niterói RJ, há um forte na entrada da Baia de Guanabara. Ele é área militar, mas é aberto à visitação, é um lugar histórico, tendo sido construído pelos portugueses para a defesa do território.

A questão em ponto, é que antigamente não existia este negócio de direitos humanos, então na visita guiada são descritos os processos de tortura aos prisioneiros que eram feitos dentro do forte. Uma delas serve de exemplo perfeito para o tema do post… Neste método de tortura, quando um prisioneiro tinha marcada sua data de execução, existiam três celas, cada uma menor que a outra. O pobre diabo já sabia que seria executado, e era posto na maior das celas. A medida que o tempo passava, e se aproximava a data do fim da sua vida, ele era trocado para uma cela menor, que era mais baixa, e ele só podia ficar agachado. Depois, sucessivamente, para a menor de todas, onde só podia ficar deitado. E só então era executado.

Este processo visava impôr uma tortura ao condenado, pois a diminuição do espaço físico é um fator opressor.

Acho que a maioria das pessoas experimentou os efeitos das limitações que aconteceram durante a pandemia. É só mais um exemplo do que pode acontecer quando ficamos presos à um cenário. Acabamos nem enxergando o que há fora dele.

Por isto, fica a dica: mudem de cenário.

Se está difícil a situação, saia para caminhar em um lugar aberto. Sente-se em um banco de uma praça e deixe passar o tempo enquanto pensa.

Faz toda a diferença!

Não deixe que as paredes e o costume façam de você um prisioneiro.