Uma vez, estava na rua e entrei em crise de mania. Duas pessoas diferentes vieram falar de religião para mim. Eu, que sou ateu, e tinha noção de que estava alterado, disse para a segunda que não estava com o demônio no corpo, tinha problemas psicológicos… Ela sorriu e disse “então…” (como quem diz, ‘é a mesma coisa’). Foi aí que tive um insight^[1]Falo sobre os insights no episódio inaugural do podcast do blog: as vezes para as pessoas falta linguagem para se expressar. Para quem teve uma criação e estudo que possibilitem saber que as doenças mentais são causadas por um desequilíbrio químico, ou um trauma, parece absurdo ouvir que “é coisa do demônio”. Mas não vamos negar que é um “mal”. Este “mal”, para pessoas com uma formação diferente da nossa, pode ser interpretado como um “mau”. Mas não é que necessariamente a pessoa seja uma ignorante e queira nos atacar e converter! Ela pode estar apenas usando uma linguagem diferente para falar da mesma coisa.