Junk Food Information

Informação “junk food”, acabei de batizar, é aquele tipo de conteúdo que vem cheio de caloria, mas na verdade faz mal para você se consumida no longo prazo. Explicarei em detalhes.

A grosso modo, existem dois tipos de conteúdo:

  • de Formação
  • de Informação

Conteúdo de formação é aquele que é edificante, que vai fazer você refletir e terá impacto em seu intelecto. Livros, são o tipo de material que são grandes candidatos a serem conteúdos de formação, embora não obrigatoriamente sejam.

Conteúdo de informação, como o nome diz, meramente te informa. Não fazem a gente refletir, mesmo que passem esta ideia. Notícias são um bom exemplo de informação. Elas não visam formação, apenas informar.

Precisamos eventualmente consumir informação, para não ficarmos alienados, mas então qual o problema? Bem, imagine que você passou um ano vendo todo tipo de notícia: acordou e leu o jornal, viu o noticiário da manhã, seguiu os updates do seu Twitter, seguiu as Lives, etc.
Sabe o quanto você vai ter evoluído intelectualmente neste ano? Muito, muito pouco. Porque o conteúdo que você consumiu é de caloria vazia. Este esforço que você fez achando que estava fazendo alguma diferença apoiando alguma causa só te fez susceptível à manipulação de uma linha de pensamento.

Tweets (postagens no Twitter) são exemplo clássico de junk food information, porque são pedaços tão pequenos de informação que nem exigem muito esforço para serem consumidos, ao contrário, ativam facilmente nosso sistema de recompensa[1]https://www.ufsm.br/midias/arco/como-redes-sociais-hackeiam-sua-mente/, sendo de certa forma viciantes.

Com o advento da era dos vídeos na internet, o conteúdo junk food se tornou absolutamente hipnotizante. E um dos grandes problemas passou a ser identificar o que é JFI (Junk Food Information, doravante) e o que pode ser conteúdo de formação. Por exemplo, no YouTube você pode encontrar muito conteúdo de formação, com certeza, mas também muito conteúdo de informação, e um mar de JFI. No TikTop, por outro lado, a predominância é de JFI. Claro, pode existir conteúdo de formação nesta última, ouvi dizer que o pessoal da Ásia consome dicas de estudo etc. por lá, vai depender se como se “treina” o algoritmo (mas isto fica para a próxima postagem).

Eu estou em um processo de desintoxicação de JFI, e devo dizer, está sendo muito bom.

  • Quando preciso acessar alguma rede social, faço de forma pontual e não fico navegando
  • Não vejo mais vídeos curtos que chegam à mim; se for consumir algum vídeo, é um episódio de série ou filme no fim do dia
  • Ao invés de obter minhas notícias através de redes sociais, me informo pelas páginas (da grande mídia ou de produtores pequenos) que tenho no meu Feedly[2]https://feedly.com/
    • Muito bom isto, inclusive, para não ficar refém da algoritmos
  • Leio, leio, e leio

Minhas férias estão chegando, e quando terminarem espero olhar para trás e ver que fiz alguma coisa que valeu a pena com meu tempo, ao invés de ficar escravo do que as outras pessoas querem que eu veja.

References

References
1 https://www.ufsm.br/midias/arco/como-redes-sociais-hackeiam-sua-mente/
2 https://feedly.com/